terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O NOME DO GIRASSOL MURCHO DE VAN GOGH

Ninguém homenageia vivos /
somente mortos /
A amada morta é sempre a bem-amada mais amada /
a mulher que de tão perfeita emigrou /

com o grou para o subsolo /
onde grou não há da ave em pena /


A canonização tem por objeto os mortos /
( paramento para finados ) /
- Vivos não são canonizados /
o que é uma contradição /
porque o vivo é que é o são /
o são sadio a sã Conceição /
que a Santa Conceição jaz alhures /
e Deus o santo santo santo dos vivos /
não rege mortos ou espíritos /
função de Hades nos infernos /
coisa do danado do cão /
maior no céu em constelação /
( O espírito do bom cristão salvou os mortos da putrefação /
pela alma da ressurreição ) /

Todavia existem sempre aqueles falecidos em glória de Goya /
que teimam em ressuscitar /
e Deus dá-lhe uma vida em simbiose /
- em simbiose com a memória dos que o amaram em vida /
e aqueles finados refinados /
cantados por suas idéias /
pois por idéias neste mundo sob o Cão Maior no céu /
e o cão menor na terra regendo Diógenes de Sinope /
é mais árduo que postulava Platão /
que pôs as idéias para lá das estrelas do Cão Maior /
- em tese /

Paradigma disso é o jardim em amor-perfeito de minha finada amiga Dora Lima /
cujo nome era " O pequeno Príncipe" /
livro em voga à época e bom de ser lido /
Escrito pelo piloto sobre o deserto /
dentro do avião que um dia caiu das nuvens nas dunas /
( ai! quantas tantas dunas de areia para encher o relógio de tempo contado! )
que sob areia enterrou o piloto e escritor /
- sob a terra do homem coberto pelo sobretudo que é a pele humana /
e a água do mar dentro do corpo anfíbio do Moisés bíblico /
que somos na revelação do Tanach /
- Moisés. : o grande sapo que veio das águas para as areias do deserto /
e nos trouxe à terra prometida do corpo humano vivo /

Ora! A terra onde medrara o Jardim de Infância de Dora eu sei onde ficava /
ao menos a casa do último (se houve um primeiro e anterior jardim ) /
Porém apenas o "localizo" pelo mapa do gosto do tempo /
e não ao sabor real ao fogo da pimenta /
no espaço físico exato que não me apaixonou /
porque era um espaço fora da lei da poesia /

O espaço que me apaixonou e escondeu o jardim pelo tempo fora /
e até varreu para a "terra à vista!" escondida debaixo do tapete mágico /
- tapete mágico originário das minhas Mil e Uma Noites de insônia /

que eu tinha naquele tempo das arábias com arabescos e arabismo /
longe dos olhos em signos do meu imaginário Corão /
( O espaço do Jardim era na Era onde uma casa antiga /
já rodara a roda da fortuna com outras crianças de mãos dadas /
cantando as cirandas cultivadas em todos os jardins ) /

O jardim da infância que reconstruí em poesia com grinalda de flores para Dora /
( assim como deve ter feito Chagall em sua aldeia pintada ) /
tinha um girassol numa casa próxima à casa onde eu residira /
( o verbo na minha voz de hoje tem o tempo hermético no pretérito perfeito /
exprimindo ação que passou e acabou sem pendência alguma /
ação e tempo hermética e verbalmente fechadas na casa do verbo /
caracterizando verbo feito para fechar o tempo no ato expresso /
no tempo e pessoa conjugados como "residi" /
- ato perfeito no passado do verbo /
mas não no meu passado pela regra negra da noite /
e o alvar da alva em flor de laranjeira /
No que tange ao que exprimi ontem /
naquele tempo de Jesus que estava eu /
o verbo empregado para designar a ação do sujeito seria "residiria" /
no futuro do pretérito da língua portuguesa /
porquanto eu emitira a ação de falar naquele tempo de Jesus /
um pretérito mais que perfeito /
para exprimir minha ação num tempo hoje no passado /
mas então no futuro tempo com Jesus já na cruz /
pois quando então emito ( é mito?) a voz no tempo /
falo num tempo verbal e real /
que expressa o ato de residir no futuro /
quando saísse do passado /
de onde emitira a voz mais que perfeita do verbo /
no ato de voar do remoto passado ao futuro /
que hoje já é um futuro passado para trás! /
Tempo descrito em verbos e não em existência doméstica /
em atos teatrais e virtuais de verbos /
ao invés de ser por meus atos em existência /
- no princípio o verbo era Jesus, não João?) ) /

O jardim de infância de que falei e falo após digressão verbal atrás da orquídea /
funcionava numa casa que ficava um sonho de distância da casa onde eu vivi /
- onde vivi a infância dos meus filhos bebida nos meus olhos /
martelada na bigorna dos meus ouvidos... /
enfim, a casa do jardim era próxima à
casa onde meus filhos /
passaram descalços pelo jardim da infância feliz deles em mim /

( creio que nunca mais fui feliz após o pó de anjo que ficou na mó do moinho /
daquele moinho de tempo único e não regressivo nem tempouco reduzido a verbo ) /

Naquela casa para Jardim da Infância /
havia um girassol desenhado ao sol /

- tinha um girassol que girava ao sol com o sol sob o sol /
e tinha pinha e havia a via Ápia de um girassol lambendo o sol /
( picolé quente "hot sorvete" ) /
Era em primavera o girassol mais belo que descrevi vi bem-ti-vi, girassol, /
com o qual senti sofri vivi revivi sob sol e chuva /
o que usufruí em sonho voando sobre aquela enorme flor amarela /

e por tantas asas de mariposas e bandos de térmitas em diáspora /
- a diáspora anual do povo dos cupins alados por anjos judeus /

O jardim da Infância em que me inspirei /
a casa da escola infantil onde localizo o Jardim de Dora /
era apenas uma casa velha com um girassol desenhado e pintado no amarelo /
- naquela cor que não imita de leve o tom musical da tinta natural /
com que o artista natural pinta o girassol para sol e chuva e vento não desbotarem /
pois somente o tempo tem esse poder de descolorir /
com a tinta do amarelo outonal fenecido /
ou colorindo para a distância sideral /

tal qual ocorre com as estrelas ou galáxias que se afastam /
e sua coloração vai direto ao vermelho velho marcando o distanciamento /

Esse Jardim da Infância de Ana Maria pintado em catedral por Camille Corot /
chamava-se abraçado ao girassol que lhe punha em sol menor e maior : /
" Jardim da Infância Menino Jesus" /
( ou era "" Escola Menino Jesus"?! )

Sei que sua dona e idealizadora não era Dora - rainha das abelhas /
- sua dona tinha o nome singelo como o girassol pintado : Ana Maria /
cujo nome era assinado na parede velha com um girassol /
que ainda gira o sol do tempo em meu mundo interior //

( e também me parecia boa pessoa /
aliás , quando eu era feliz todo mundo me parecia bom demais para ser verdade! ) /

Naquele tempo eu era solteiro à sombra das dálias /
não tinha filhos nem conhecia Dora /
O então me fez ligar e separar e unir os Jardins de Dora e de Ana Maria /
no tempo e espaços curvados pela memória e imaginação adentro /
se não a veia cava da poesia que cava nos sentidos e cérebro /
como a veia cava que cava e leva o sangue ao coração da poesia ?! /

- Se não foi a poesia em ipê amarelo alelo /
foi aquele girassol que florescia na parede da casa velha /
que guardava a infância num Jardim do Éden idealizado por professoras-poetisas /

Aquele girassol plantado na parede por um artista quase a Van Gogh /
era o verdadeiro e secreto nome de Ana Maria /
ou a assinatura de sua idéia fundamental /
assinalada na parede da casa de amarelo antigo /
-
daquela casa da infância /
onde minha irmã Sandra teve
sua primeira experiência profissinional! /

- Sandra Tereza Gribel foi professora no Jardim onde medrou o Menino Jesus /
- onde os Evangelhos à sombra asseveram que Jesus ali passou a infãncia /
com todos os outros pequenos príncipes que ali /
e lá no Jardim de Dora Lima /

brincaram e estudaram sob sol ladeados pelo girassol /
- o único girassol murcho daquele meu Van Gogh sem fama /


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